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terça-feira, 21 de outubro de 2008

"Caos na linha Saúde 24"?

"Oito [Enfermeiros] supervisores do Saúde 24, fundadores da linha de atendimento telefónico 808 24 24 24, escreveram uma carta à ministra da Saúde denunciando o "caos organizativo" em que caiu o serviço e pedindo a Ana Jorge uma intervenção rápida, para bem dos utentes.
Falhas constantes no sistema, decisões tomadas apenas para ganhar mais dinheiro, erros nos contactos com os utilizadores, mudanças diárias "arbitrárias", mau ambiente e perseguições internas aos enfermeiros que não concordam com as decisões. A lista de problemas é extensa e, dizem os subscritores da carta, culmina numa "crescente insatisfação" da maioria dos utilizadores.
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Ano e meio depois de o serviço ser lançado, em parceria público-privado, a gestão do Saúde 24 feita pela empresa LCS é arrasada numa carta com 15 pontos. Os enfermeiros dizem que "a plataforma de atendimento falha todos os dias e chega a estar várias horas inoperacional. Os utentes ligam e não são atendidos". A comunicação com as unidades de saúde "também falha frequentemente" e "a fragilidade da plataforma tecnológica põe em causa a resposta em situações de emergência", porque o serviço deixa de conseguir comunicar com o INEM.
Mas os problemas não se ficam por aqui. A empresa é acusada de alterar as regras dos contactos com os doentes para poder cobrar mais dinheiro. Como a Direcção-Geral da Saúde não paga os reencaminhamentos (informações adicionais de esclarecimento depois de um doente já ter sido atendido), estes foram "proibidos". Se um utente voltar a ligar com uma dúvida simples, é novamente submetido a uma triagem e tem de responder de novo ao questionário inicial.
Nas transferências para o INEM, em caso de emergência, "o director do centro de atendimento pediu aos supervisores para serem feitas de imediato, mesmo antes de qualquer avaliação mínima da real necessidade do utente". Porquê? "Porque o Estado só paga se 95% das chamadas forem tratadas e transferidas em menos de dez minutos". Mais: "A administração tem tomado decisões sobre o processo de triagem que não parecem fundamentadas em qualquer critério clínico ou de melhoria de serviço", mas que "parecem ser relevantes para a execução financeira e motivadas exclusivamente por isso".

QUE TIPO DE SERVIÇOS PRESTA?
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Funcionando 24 horas por dia com enfermeiros com formação específica, faz triagem, aconselhamento e encaminhamento. Esclarece dúvidas de doentes, encaminha-os para as unidades de saúde, caso necessário, dá conselhos sobre medicamentos e facilita o acesso a informação e aos serviços de saúde.
Quantas pessoas já atendeu?
O balanço feito ao fim de um ano aponta para 125 mil horas de atendimento e mais de 106 mil idas a uma Urgência evitadas.
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MINISTÉRIO DIZ QUE ESTÁ TUDO BEM
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O Ministério da Saúde responde às denúncias de alerta feitas pelos supervisores do Saúde 24 saindo em defesa da empresa concessionária. Em esclarecimento à carta dirigida à ministra Ana Jorge, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) – que supervisiona o contrato – diz não ter dados que mostrem o descontentamento dos utentes em relação ao serviço.
"Afigura-se importante esclarecer que a linha está em pleno funcionamento. Como entidade pública contratante, a DGS promove auditorias e outras acções de monitorização" e "não registou ocorrências por parte dos utilizadores que possam comprometer o bom desempenho do serviço." A relação entre as chamadas recebidas e efectivamente atendidas está "em níveis superiores a 95%" e a facturação das transferências para o INEM "obedece a níveis de serviço previstos contratualmente". Sobre o alerta de que a direcção clínica está ausente, a DGS responde que mantém contactos regulares com a mesma e garante que "o aconselhamento terapêutico é prestado por farmacêuticos e não técnicos de farmácia".
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TRIBUNAL DÁ RAZÃO AOS ENFERMEIROS
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Cinco dos enfermeiros supervisores entregaram uma providência cautelar no Tribunal do Trabalho de Lisboa contra a LCS, depois de verem os horários de trabalho "alterados unilateralmente" pela empresa. O tribunal deu-lhes razão e obrigou a LCS a voltar ao mapa acordado antes. A mudança de horas – que impedia os enfermeiros que exercer nos centros de saúde e hospitais de origem – é apenas uma das situações laborais de que se queixam. Dizem que, por questionarem decisões com as quais não concordam, "são vítimas de uma senda persecutória". Chegaram a ser impedidos de entrar no edifício, de ter acesso ao sistema informático, são "permanentemente humilhados" em público e afastados da supervisão do atendimento.
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