Para reflectir‏ (via mail)

Se será normal num país que se diz civilizado um funcionário ser agredido no seu local de trabalho?

Pois bem no Serviço de Urgência do Hospital de São Marcos em Braga as agressões verbais são constantes, nenhuma classe profissional é poupada.

O querer ser atendido mais depressa leva a esquecer primeiro o respeito pelos outros utentes que chegaram antes ou com prioridades de atendimento superior e, segundo, o respeito pelo funcionário que encontrar pela frente. Este será coagido, no mínimo verbalmente.

Na minha humilde opinião não é aceitável assumir está situação como normal e compreensível. O funcionário tem direito a sua integridade moral e física no seu local de trabalho e é obrigação legal da entidade patronal selar pela segurança dos seus funcionários.

Esta segurança é assegurada por medidas de protecção colectivas e individuais. Perante incidentes reiterados em que os funcionários são ameaçados verbalmente a entidade empregadora deve, pelo menos, garantir mecanismos dissuasores e barreiras de protecção para não passar as ameaças físicas e nunca poder concretizar-se a violência física.

No Serviço de Urgência do Hospital de São Marcos em Braga é notório a falta de segurança, os funcionários são ameaçados e agredidos sem que nada nem ninguém assume as culpas e consequências. Toda a gente quer entrar no Serviço e, de facto, entra. Familiares. Amigos, Conhecidos, Desconhecidos podem livremente entrar vasculhar, questionar, ameaçar e agredir funcionários e utentes com toda a impunidade. Segurança? Um, que rapidamente fica sem mão a medir, um segurança para 2 entradas! Polícia? Não. Não existe, só a chamada, mas quando chega o mal já está feito e os agressores já se foram.

Na noite de 21 para 22 de Junho um parente de um Utente decidiu juntar-se aos 4 outros acompanhantes e questionar agressivamente a médica que o seguia, não gostando das respostas passou as ameaças físicas e logo de seguida a agressão física no meio do corredor apinhado de gente, só um Médico e um Enfermeiro tiveram a coragem de querer impedir o continuar da situação. Após 4 muros e vários pontapés na Médica em questão entram mais 4 agressores que agrediram tudo e todos os que encontraram pela frente. Entraram, agrediram dois Médicos e um Enfermeiro e saíram. Segurança? Polícia? 20 Minutos depois chega a Polícia, 2 Agentes e é claro que perante o grupo numeroso de Etnia Cigana aguardaram mais reforços que chegaram mais 20 minutos depois, os agressores lá se foram.

Posso concluir que para trabalhar num Serviço de Urgência, para alem dos conhecimentos técnicos e de relacionamento humano, são exigidas qualidades extraordinárias para ouvir insultos, sofrer pressões e ameaças, levar uns muros de vez em quanto e achar que … faz parte da profissão, é normal… é compreensível, eles não tenham culpa.

… Se não se gritar, ameaçar, partir alguma coisa ou bater em alguém não vão ser atendidos adequadamente.

Deixam ao vosso critério este desabafo de funcionário agredido.

Enfermeiro Fernando Fernandes Gonçalves

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É o desabafo de um colega, mas quantos de nós não temos situações semelhantes a relatar... mas afinal de contas somos nós, os funcionários públicos, os responsáveis desta crise!

Profissão de risco? Não!
Isso é coisa de futebolista...

Para além do saber ouvir como refere o colega, creio que começa a ser necessário formação em defesa pessoal para quem trabalhe em Serviços de Urgência!

Os agentes da autoridade também não os critico, pois para poderem agir, segundo a nossa legislação, têm que ser vítimas de agressão primeiro... Haverá lógica?!