Sobreviventes de Auschwitz encontram-se na Internet
Três prisioneiros do campo de concentração nazi de Auschwitz encontraram-se pela primeira vez em Israel, depois de se descobrirem na Internet. Ainda têm tatuados nos braços os números de identificação, que os levaram a uma descoberta espantosa: os três números são seguidos.
De vez em quando, neste anestesiado mundo em que vivemos, aparece uma história extraordinária que nos faz levantar a sobrancelha, nos arranca um sorriso ou uma lágrima, nos faz questionar essa estranha abstracção a que chamamos acaso. Esta é uma dessas histórias.
Não é pelo facto de três homens com um passado (in)comum se terem encontrado através da net, já que isso é vulgar, hoje em dia. Mais ainda, se existem interesses e experiências a partilhar que justifiquem uma pesquisa. Não é pelo facto de estes três homens terem combinado uma peregrinação de saudade, de desagravo ou de salvação, ao paraíso perdido cujo espírito os terá, talvez, mantido vivos e conduzido, por entre insuportáveis memórias, a uma qualquer possibilidade de paz.
O que é extraordinário nesta história é que estes homens tenham chegado a Auschwitz exactamente no mesmo momento, tenham tido os braços marcados com minutos de intervalo, tenham vivido juntos as mesmas experiências aterradoras e se tenham salvo, sem nunca mais se encontrarem ou saberem uns dos outros. Até agora. Três números seguidos, três figuras desamparadas numa longa fila de condenados. Números que ficaram gravados a ferro e fogo, a impedir para sempre a benção do esquecimento. Novos nomes, vidas refeitas, esperanças renascidas. E, sessenta anos depois, a descoberta de uma partilha tão terrível como íntima.
in: http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt
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