(no DOUTORENFERMEIRO)
O novo curso de medicina na Universidade do Algarve foi aprovado. Tem uma duração de 4 anos e destina-se a licenciados.
Quem não gostou desta notícia foi a Ordem dos Médicos e os seus associados de uma forma geral (link 1 e link 2). Através de argumentos mirabolantes, ingénuos, cínicos, fantasiosos, hipócritas, falsamente alarmistas e preocupados, (ex. "risco de aparecerem clínicos «com nível de conhecimento e qualidade de formação inferior ao desejável"; "os riscos futuros da criação deste novo e desnecessário curso de medicina, particularmente numa época em que os constrangimentos financeiros impostos ao SNS"; "novo curso de medicina não cumpra na íntegra as exigências de qualidade "; "os critérios de selecção, a preparação de base exigida aos candidatos a este curso, a importação de um método de ensino de países com uma cultura distinta da portuguesa (...) são indicadores profundamente preocupantes"; "distorce completa e inaceitavelmente a transparência do método de selecção e a igualdade de oportunidades"), foram tentando evitar a entrada em funcionamento deste novo curso, que tem apenas 30 vagas.
No fim, lá foram admitindo: "o actual numerus clausus dos sete cursos de medicina que existem em Portugal ultrapassa já as necessidades futuras do país" - ah, aqui vemos explanada a verdadeira intenção dos protestos. Mais profissionais pode significar menores salários, deterioração do status sócio-profissional, diminuição do poder reivindicativo, etc. Muita "tinta" correu, corre e vai correr.
Analisando bem, a Ordem dos Médicos opõem-se a tudo que possa ter repercussões "negativas" nos seus membros.
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Criticável? Não. Mas a Ordem dos Enfermeiros devia tomar "nota" destas posições. Vejamos:
A abertura desenfreada e anarquista de novas Escola/cursos de Enfermagem... não faz correr tanta tinta.
A existência de corpos docentes de qualidade inferior - e muito duvidosa - em Enfermagem... não faz correr tanta tinta.
A disponibilização massiva de vagas para o curso (por vezes mais do que as declaradas/autorizadas)... não faz correr tanta tinta.
A falta de qualidade de imensos cursos... não faz correr tanta tinta.
A falta de locais certificados e de qualidade demonstrada para ensinos clínicos... não faz correr tanta tinta (as Escolas deveriam estar sempre agregadas a Hospitais Universitários e Centros de Saúde seleccionados com base em critérios pedagógicos e de qualidade).
A falta de formação pedagógica e experiência profissional dos tutores/orientadores... não faz correr tanta tinta.
A exploração mercantilista (em detrimento dos padrões de qualidade) dos cursos de Enfermagem... não faz correr tanta tinta.
A falta de planos de estudo sólidos, adequados e com elevados níveis de rigor... não faz correr tanta tinta.
Nada. Para quem não sabe e devia saber, a profissão nasce nas Escolas de Enfermagem. O ensino está muito doente e ninguém quer cuidar dele. Se não resolvermos as questões que o afectam negativamente, nunca poderemos solucionar os verdadeiros problemas que afligem a Enfermagem.
in: DE
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