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sábado, 26 de julho de 2008

Quem não sabe é como quem não vê! Nós, altruístas, ensinamos...



Já quase não há céus para bradar. Há gente muito...complicada.

Confirma-se aquilo que já se disse várias vezes neste blog: para abrir uma nova faculdade de Medicina (neste caso, curso) é preciso pôr o país em polvorosa, abrir noticiários, consumir muita tinta de jornal e escrever milhões de bytes em opiniões, etc...

Numa iniciativa inédita (confesso que até fiquei surpreendido pela positiva), a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, veio a público comentar o novo acontecimento nacional. Diz a nossa digníssima: "fico satisfeita com a iniciativa da criação da faculdade de medicina". Acrescentou ainda que "haverá sempre seguramente quem deseje ser Enfermeiro ou Médico" e que "acredita que este novo curso não vai retirar profissionais de outras áreas de saúde".
(Pois eu até acho que deveria retirar, pois assim, cada um, teria a liberdade de escolher o que quer cursar, orientando a seu futuro de acordo com as respectivas pretensões...)

Curiosamente, afirmou ainda que "as necessidades na saúde são sempre crescentes", o que me fez suspeitar que introduzisse o conhecido e barbudo argumento dos rácios da OCDE, mas não. (Olhe que o rácio médico em Portugal não é dos piores, mas está longe dos melhores...)

As privadas, revoltadas e sedentas de dinheiro fresco, também querem o curso de Medicina, mas encontram barreiras... porque será?

É aqui que entra o bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, um homem visivelmente pouco habituado a estas andanças relacionadas com abertura de linhas de produção massivas a nível formativo (ainda que estejamos a falar de umas escassas dezenas de vagas)...
Mas nós, Enfermeiros, ensinamos quem não sabe...

Quando questionaram o sr. bastonário relativamente ao que pensava sobre este polémico e mediático evento nacional, o mesmo desabafou com notável sinceridade e alertou "para o risco de se poderem estar a formar médicos a mais". Relembro que estamos a falar de apenas mais 30 vagas!! Mostrou-se ainda preocupado com a existência de "1500 vagas" para medicina. Há uns bons anos atrás (para quem se lembra...), com menos faculdades, quase abriram 5000 vagas, e ninguém se queixou tanto... porque será?

Continuando, o Dr. Pedro Nunes, atemorizado, vincou prontamente que deve existir uma "gestão do número de vagas a nível nacional para que não se estejam a formar pessoas para o desemprego", e não se esqueceu de um pormenor essencial: "recear a dispersão das faculdades de medicina", pois ""tecnicamente é preferível concentrar em pólos as universidades" (...) salientando a necessidade dos futuros médicos terem vivência universitária. E ramatou assim: "Para os médicos é fundamental que durante a sua fase de ensino saiam das suas terrinhas e abram os seus olhos"". Complicado, o homem.

Ora, em termos de eficácia e eficiência os médicos estão muito atrasados...

Os Enfermeiros, vanguardistas, não querem saber da velha história da gestão de vagas, falar em desemprego é uma tolice obsoleta, discutir rácios da OCDE é que é moderno e chic...
Muito frontalmente, deixem-me dizer ao sr. bastonário da OM que, se quiser aprender como é que se abre um curso em cada esquina, com professores de desenrasca-para-a-ocasião, a gente ensina... de borla! A nossa experiência nesse âmbito é abrangente...

... É quem não sabe, é como quem não vê!

O recado seguinte é especialmente dirigido à nossa bastonária: ponha os olhos a isto, Enfª Maria Augusta! Eles [a Ordem dos Médicos] não duram sempre...


in:www.doutorenfermeiro.blogspot.com

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