Ando, desde que li sobre a última «pérola» eructada por antónio broche,s para escrever algo sobre o assunto.
Furiosa, danada, revoltada, usei a minha página pessoal do Facebook para o insultar livremente e sem qualquer tipo de pudor, mesmo sabendo que alguns dos meus «amigos» são meus antigos alunos e actuais formandas ou familiares já com alguma idade e pouco habituados a palavrões.
Mas até agora não encontrei palavras para mostrar a minha indignação aqui. Sei que o assunto já foi por cá abordado, mas preciso, ainda assim, de reflectir sobre isto. Sobre o significado de tamanha pouca vergonha.
Sendo, desde que me conheço, defensora dos direitos de todos (ou de quase todos, que neste momento não reconheço grandes direitos a certas «mentes-com-quantos-dentes-tens brilhantes»), as declarações do dito cujo, de quem não se espera nada de útil, calaram fundo na minha alma. Senti ondas de revolta, senti uma fúria pouco habitual. Se aquele ser ignominioso estivesse perto de mim, acho que seria desta que eu, uma pessoa pacífica, pacifista e pacificadora, apertaria o gasganete a alguém, tirando-lhe a tosse sem dó nem piedade.
Pensar sequer na hipótese de cortar no salário de quem ganha a côdea de 485 euros mensais com o pretexto de que assim se diminuiria o desemprego é uma ideia tão absurda que, sinceramente, não sei como a apelidar. E isto vindo de quem ganha o que ganha por ser Conselheiro do Governo.
Cada vez são maiores e mais frequentes os insultos que estes fulanos fazem ao povo que lhes paga os salários, as casas, os carros, as mordomias. Já não há decoro ou respeito. Acham-se no direito de tudo dizer, de verbalizar todo o lixo que lhes passa pelas mentes enegrecidas com tanto pensamento inútil.
Eu aprendi desde pequena que há coisas que até posso pensar mas nunca, nunca, as posso dizer. E isto sem pôr em causa a minha frontalidade ou a minha honestidade. Simplesmente, há coisas que não se dizem. Ponto.
E depois há outras que nem sequer se pensa.
Estes senhores, verdadeiros caciques dos tempos modernos com ideias e sonhos dos tempos passados, consideram-se donos da nação, donos da razão, seres acima de todos os mortais. Acham normal dizerem tudo o que pensam porque tudo o que pensam é fantástico e será sempre aplaudido. Autênticos bobos do corte, dizem uma graçola para agradar ao rei e defenderem cada vez mais os cortes cegos. Claro! Convém justificar o salário ganho tão arduamente a fazer felatios a todos os membros dos governantes.
Parece que estou a ver a cena, tó broches, nome pelo qual é carinhosamente apelidado nos bastidores do governo, de joelhinhos numa almofadinha fofinha que está, por sua vez assente numa roldana, a abrir a braguilha do «nosso» pm, a retirar-lhe o falo com todo o cuidado e a fazer o trabalhinho, enquanto o ingrato ppc goza, de braços cruzados atrás da nuca. Terminando este, a formiguinha trabalhadora e esforçada desliza para o seguinte e assim sucessivamente. Sempre em silêncio, para não perder tempo e consolar todos os presentes no menor espaço de tempo possível, que há muito trabalhinho pela frente.
No final, depois de todos felizes com o desempenho excelente e profissional, lá lhe dão umas palmadinhas nas costas e um chequezinho chorudo para engrossar a sua conta bancária. Com os agradecimentos da nação, com o pão da nação,com o sangue da nação, com a indignação da nação.
É preciso, meus senhores e minhas senhoras, indignação, muita indignação. Quando nos cansaremos de tantos insultos, de tantas afrontas à dignidade humana? Quando?
Quando bateremos com as mãos na mesa e diremos BASTA!? Quando?
Até quanto vamos esperar calmamente que nos tirem? Quantos de entre nós vamos deixar cair até que se ponha fim a esta vilanagem?
A hora, meus amigos, é de acção, de indignação. Não podemos ficar calados perante cada vez mais e maiores despautérios. Quanto mais nos calarmos, mais pesado será o jugo que sobre todos nós cairá.
E acabo por terminar este artigo sem conseguir escrever o que realmente sinto e como me revolta toda esta falta de respeito por quem já (sub)vive com tão pouco.
Como me deu vontade de chorar ouvir o pedinte (o segundo que me abordou em menos de dez minutos) dizer-me, enquanto eu procurava alguma moeda esquecida para lhe dar, «Deixe lá, se não tiver, não faz mal, a senhora até tem cara de boa pessoa.» Não quero ter cara de boa pessoa, não quero dar moedas a mendigos. Não quero que me estendam a mão. Quero que as pessoas tenham salários justos, que tenham direito ao trabalho, a uma casa, à saúde, à educação. Quero que não tenham necessidade de estender as mãos à caridadezinha de outros.
Quero não ver velhinhos a pedir uma ajudinha entre os poucos dentes que lhes restam nas bocas.
Quero não ver cada vez mais pessoas a dormir nas ruas.
Quero que os Chupistas deste país se calem para sempre e parem de nos chupar até ao tutano.
Agora percebo por que não consigo verbalizar o que sinto. Estou tão indignada que não consigo pôr por palavras o escuro que me vai na alma. Não sei dizer o indizível.
Tagged: António Borges, corte salarial, governo, mendicidade, pobreza, revolta
A Saúde, a Sociedade, a Tecnologia, o Futuro e muito humor à mistura!!!
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segunda-feira, 11 de março de 2013
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