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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Quando a Realidade supera a indignação

Quando a Realidade supera a indignação:


Copiei este texto do mural de uma amiga do facebook que por sua vez já o partilhava de um outro amigo:
Fez-me chorar... 
Já visitei a Venezuela e Cuba. Mas, esta tarde, visitei, pela primeira vez, um país do terceiro mundo. Eu conduzia pela via de acesso ao IC19 quando observei dois homens que seguiam junto ao rail vindos do Hospital Amadora-Sintra. O mais novo aparentava 45 anos e tinha a cara tostada pelo sol. O mais velho devia ter cerca de 80 anos e trazia um dreno ensanguentado junto à cintura. O filho trazia o pai que havia tido um AVC e uma infecção urinária. Ficaram na Brandoa. Foi onde os deixei depois de ter decidido dar-lhes boleia. Não tinham dinheiro para o transporte de ambulância. Durante a viagem, envergonhado, o filho concordou comigo. Este é o país em que os donos dos bancos e das grandes empresas enchem os bolsos através da humilhação dos trabalhadores e dos reformados. O velho mal se compreendia. Muito cansado tentava comentar com muita dificuldade o que se dizia. Mas houve um momento em que encheu a voz de força e rematou: "É preciso um novo 25 de Abril". Respondi-lhe, então, que se o havia que repetir que fosse sem cravos. Pelo espelho retrovisor, vi-lhe o sorriso. Não sei o que lhe passava pela cabeça. Mas, na minha, vi o nosso povo unido esmagar os que assim tratam os que sacrificaram o melhor das suas vidas pela felicidade de outros. E sorri-lhe de volta.

Quando o li comentei que pensava fazer um post utilizando o texto se entretanto conseguisse fazer um boneco que o merecesse. Não me perguntem porque escolhi esta imagem que pouco ou nada se relaciona com ele, mas na altura, sem saber dizer porquê, pareceu-me a imagem certa e ainda agora não sei mas ainda agora me parece. Quanto à história, não é o 25 de Abril sem cravos que me diz muito, já que foram eles que me mostraram os tempos e as gentes mais lindas que vivi, mas a tristeza de saber que vivemos outros tempos bem mais feios onde se despreza a pessoa e onde quase nada resta da dignidade humana. Este é o mundo de quem coloca nos altares do poder o dinheiro e não o homem. Este é o mundo do capitalismo selvagem, o mundo em que a cada vida humana é colada uma etiqueta com o preço que vale e a vida de cada um de nós cada vez vale menos.

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