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domingo, 28 de outubro de 2012

Os loopings do pré-hospitalar...

Os loopings do pré-hospitalar...:


No passado dia 11 de Novembro decorreu uma reunião relativa à organização do sistema de emergência pré-hospitalar, entre a Ordem dos Enfermeiros (OE) e Secretário de Estado Adjunto da Saúde (SEAS), Dr. Leal da Costa.
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Coube na ordem de trabalhos a discussão do modelo de assistência pré-hospitalar concebido e proposta por Grupo de Trabalho constituído pela OE para o devido efeito.
Foi uma reunião muito positiva interessante, tendo tido início com alguns considerações  do SEAS muito positivas sobre outras temas - relativos à Enfermagem (compromissos  de futuro -  mais adiante serão conhecidos) não previstos na agenda do encontro.
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Tudo decorreu muito bem, e todas as propostas/contributos da OE foram calorosamente recebidos pelo Dr. Leal da Costa, que se mostro conhecedor do processo e afirmou um conjunto de pressupostos que geraram consenso entre todos os intervenientes e, posteriormente, fomentaram a concordância final relativa ao paradigma do pré-hospitalar português: "os meios de intervenção pré-hospitalar devem ser constituídos por profissionais de saúde, nomeadamente médicos e/ou enfermeiros". A conclusão final da reunião foi indubitável para ambas as partes: "assumiu o compromisso de desenvolver as diligências necessárias com o INEM, de forma a desenvolver e implementar o modelo proposto pela OE. Esta instituição reafirmou que a sua principal preocupação é a garantia de respostas com qualidade e segurança à população, com particular tenacidade numa área tão sensível como a emergência pré-hospitalar. 
A tutela informou ainda que não será criada, de momento, qualquer nova carreira para a área da Emergência Pré-Hospitalar". Além desta inexorável declaração de compromisso, ficou acordado, também, o regresso dos Enfermeiros aos CODU (os Enfermeiros têm provas dadas em todo o tipo de triagens!).
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No passado dia 24 de Outubro eis que é publicado em Diário da República o Despacho n.º 13794/2012 do Ministério da Saúde (prontamente repudiado e refutado pela OE), assinado pelo mesmo Dr. Leal da Costa e datado de 8 de Novembro (3 dias antes da reunião supra-referida!) - informação que foi sonegada durante a reunião! Os Enfermeiros não apreciaram este gesto.
Lendo com alguma atenção o tosco Despacho é possível extrair algumas ilações.
Não se observam particularidades e disposições objectivas especiais (que colidam directamente com as intenções dos Enfermeiros para a qualidade e segurança do pré-hospitalar) de forma explícita, mas implicitamente abre portas a astutas maquinações (com competências que até já vêm noticiadas no Jornal de Notícias. Curioso...): altera a denominação das SBV, equipa as mesmas com material inespecífico de estabilização clínica e assistência obstétrica, que supostamente é inacessível às competências dos Tripulantes de Ambulância de Emergência (TAE), deixa à consideração e livre-arbítrio do próprio INEM (na pessoa do Dr. Rego - Miguel Rego Oliveira - ilustre Presidente do casebre) o desenho das competências dos TAE's, joga com os timings da troika, etc.

Permita-me que relembre a todos um pressuposto fulcral: os Enfermeiros são a maior classe do sector da saúde. Não há nenhuma medida política, estratégica ou de outra índole que seja operacionalizável se não se obtiver a colaboração dos Enfermeiros! Nenhuma! Nunca houve; nunca haverá!
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(Clicar para ampliar e ler)
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Pese (e muito) este facto, depois do Sr. Bastonário da OE, Enf. Germano Couto ter revelado o seu desagrado, obteve de imediato importantes feedbacks do Dr. Leal da Costa e um telefonema pessoal do Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo: "Sr. Bastonário, temos de marcar uma reunião urgente para um entendimento". O Sr. Ministro sua preocupação e sensibilidade para importância dos Enfermeiros nesta matéria. A reunião ficou marcada, segundo sei, para esta semana. 
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Cabe agora ao Sr. Ministro da Saúde pacificar (e resolver) a questão perante o ponderado (mas intransigente) Bastonário da OE. Está em cima da mesa a vida ou a morte de muitos cidadãos. Com Enfermeiros é possível um sistema de emergência pré-hospitalar eficaz, eficiente e seguro, tal como comprovam as evidências devidamente fundamentadas publicadas nas comunicações científicas (link 1 e link 2).
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Aproveito o momento para disponibilizar a informação de que Malta (mais outro país!) decidiu, no passado mês de Setembro, introduzir mais Enfermeiros no seu sistema pré-hospitalar e reforçar as respectivas competências

Em todo o mundo os Técnicos de Emergência são uma terceira escolha (de recurso), fruto da escassez de Enfermeiros. Cada vez mais, na maior parte, os Enfermeiros são cada vez mais uma aposta no pré-hospitalar. Portugal parece um autista que conduz em contramão.
Queremos um pré-hospitalar desqualificado, com técnicos de panela de pressão, com dois ou três protocolos médicos? Não, obrigado. 
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