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sábado, 14 de julho de 2012

A comédia humana

A comédia humana:

- “Convidamos p’ra você vir ver um jogo, estar presente num dos nossos jogos do Europeu, tá?”, disse Ronaldo dirigindo-se a Cavaco Silva. Ronaldo não passa de um labrego mimalho e cheio de dinheiro. Mas um labrego carregado de dinheiro não deixa de ser um labrego. “Obrigadinho”, respondeu Cavaco, agradecendo o convite. Estão bem um para o outro. Só que um, Ronaldo, tem milhões. Muitos milhões. O outro, Cavaco, vive “miseravelmente” de uma reforma de 10 mil euros que, disse, não lhe chegam para as despesas mensais. “Ditosa pátria que tais filhos tem”, citando Camões. Ironicamente, claro. Para mim, apenas o ranço da raça. Ambos.

- Chama-se Varela. É jogador de futebol. Saiu do banco de suplentes. À primeira, desajeitadamente, não acertou na bola. À segunda, acertou na baliza e fez golo. Portugal venceu a Dinamarca. Escreveu Sílvio Cervan, que até já foi deputado do CDS: “A sorte impensável de um herói (…) É a gesta de um povo”! Pobre povo… cuja pátria se tornou uma equipa de futebol, escreveu Pacheco Pereira. Não posso estar mais de acordo.

- O sr. Isaltino Morais condenou “o combate à corrupção” feito na “praça pública” e não através de “leis claras e transparentes”. Oliveira e Costa tinha todas as condições curriculares e mais algumas para ser dono de um banco, o BPN, disse Constâncio, à época governador do Banco de Portugal. Dias Loureiro passeia-se por aí a intermediar negócios com Angola. Duarte Lima deve milhões aos bancos que nunca se lembraram de apresentar queixa contra ele. Entretanto… Um rapaz fez um risco no portão do tio. O tio abateu-o a tiro de caçadeira (dos jornais). Ele não queria que a mulher fosse a um baile. Ela foi. Ele matou-a (dos jornais). Ela queria o divórcio. Ele não. Deu-lhe um tiro e, de seguida, enforcou-se (dos jornais). Dizem os entendidos nestas coisas que a crise tem contribuído para um aumento exponencial de homicídios. Terá. Um reparo apenas – creio que se trata do que chamaria “síndrome do alvo errado”. A corrigir. Espero.

- Face Oculta, Freeport, Monte Branco, Furacão, BPN, BPP, submarinos. Casos que envolvem muitos “absolvidos” e muitos mais à espera de absolvição. Tudo gente ilustre que não paga impostos, lava dinheiro, trafica influências, foge para off-shores, comete ilegalidades de todo o tipo, usa o Estado em seu proveito. E fica a rir-se. Impunemente. Ninguém protesta. O povo português é constituído por gente sensata. Pacata, dizem. “Até aí está bem / O que não faz sentido / É o sentido que tudo isto tem”, escreveu Fernando Pessoa. Vendo bem, em Portugal, até faz.

- Quando solicitado a comentar as palavras de António Borges que defendia como imperiosa e urgente a obrigatoriedade de baixar os salários aos portugueses, o ministro das Finanças afirmou ser necessário “uma involução favorável do custo de trabalho individual”. Em 1975, li num livrinho de máximas anarquistas: “As putas ao poder. Os filhos já lá estão.” Nem mais.

- Quando nos idos anos 60 e por esta altura do ano, passeava por Coimbra o esplendor da minha adolescência, transferia a minha cinedependência para o ar livre da esplanada dos Bombeiros, entre putedo e cervejas fresquinhas, a ver filmes do Tarzan e os sopapos do Edie Constantine, o inesquecível “inspector Martelada”. Hoje, esse putedo proletário acabou. Mascarou-se metaforicamente de “senhoras de alterne”. Mas, além destas, há “as outras” – actrizes, aspirantes a actrizes, modelos, figuras da TV… Saem semanalmente em revistas “cor-de-rosa”, acompanhadas de figurantes abichanados ou “mansos”, exibindo-se em enormes próteses mamárias e grossos lábios enxertados de colagénio, com pêlos púbicos, dizem, estilizados esteticamente em forma de coração. A poetização da genitália? Não. Apenas as putas do regime. Uma das glórias da pátria.

- “Há alguma decisão importante do Governo que passe por si, sr. primeiro-ministro?” A pergunta de Louçã no último debate parlamentar deixou Passos sem resposta. Passos ignorante. Passos mentiroso. Passos que fez promessas que nunca cumpriu. Passos que afirma que o desemprego é uma forma de mudar de vida. Passos que promete fazer uma coisa e faz o seu contrário. Passos que não conhece o país. Passos que nunca trabalhou. Passos que não sabe o que é a vida. Passos que afirma que “quem mentir, sai”. Do Governo. Passos que não passa de um aldrabãozeco. Passos que é primeiro-ministro. Viva Portugal.

Tagged: bpn, bpp, face oculta, freeport, furacão, jornal de barcelos, luis manuel cunha, Monte Branco, submarinos

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