Hugo Chavez foi responsável por uma tentativa falhada de golpe de Estado, foi preso pelo presidente que tentou derrubar e passou 2 anos preso até ter sido amnistiado pelo presidente seguinte. Este homem chegou ao poder sem grandes alaridos mas começou imediatamente a fazer mudanças extremas no seu país. Não vou falar de cores politicas, apesar de Chavez ser assumidamente socialista. Vou falar do que irrita os Americanos e comunidade internacional e do motivo pelo qual ele é pintado como um ditador.
Chavez começou a nacionalizar empresas. Esta medida é muito mal vista pela comunidade internacional, pois é uma acção geralmente tomada quando se caminha para uma ditadura comunista. No entanto o caminho tomado após as nacionalizações, não foi a repressão do povo nem o seu empobrecimento, pois a economia Venezuela tem estado em largo crescimento tal como o combate ao analfabetismo está a ter incríveis efeitos positivos.
Com as nacionalizações, Chavez está a fazer algo que é inaceitável para os defensores da globalização e que é, enriquecer o seu país com os recursos naturais do seu país, tentando criar uma economia auto-sustentável. Até Chavez ter chegado ao poder, o petróleo da Venezuela era explorado por empresas internacionais a troco de tostões com a agravante de a Venezuela ter de comprar o seu próprio petróleo a essas empresas. Basicamente estavam a ser pilhados de recursos e obrigados a comprar o que é seu, tornando-os dependentes.
Com a nacionalização de todos os poços de petróleo, a Venezuela está a abarrotar deste bem, desejado em todo o mundo, ao ponto de oferecer petróleo em troca de casas pré-fabricadas para cumprir o seu programa de 'Uma casa para cada Venezuelano'. Isto é coisa de monstro ditador? Se é, gostaria de ver um ditador assim em Portugal!
Chavez recentemente entrou em conflito com um dos maiores grupos financeiros mundiais. Conflito esse que me fez aplaudir este homem.
Há vários anos, um banco chamado Banco da Venezuela foi privatizado. O dono desse banco estava em negociações secretas com o grupo Santander para lhes vender o banco. O problema é que é preciso uma autorização do governo para o fazerem, e Chavez contactou o grupo Santander dando-lhe um 'não' e contactou o Banco da Venezuela dando-lhes um 'não' acrescentando que se eles querem vender, o governo da Venezuela compra o banco. Os donos do banco da Venezuela responderam que já não queriam vender, ao que Chavez respondeu que não importava se querem ou não e que tinham de vir para a mesa de negociações pois o governo iria nacionalizar o banco de forma a garantir que um banco chamado banco da Venezuela, não só continua Venezuelano como também irá trabalhar para o desenvolvimento da Venezuela.
Esta acção é de louvar. Ao contrário da acção portuguesa, que apesar de ter impedido que o Santander comprasse mais de 50% do Totta permitiu que os dois bancos se fundissem, o que resultou exactamente no mesmo. O Santander é dono do Totta e mantém em letras pequeninas 'Totta', só para aparentemente não violar a lei portuguesa.
Outro conflito que Chavez teve também com um banco em mãos espanholas, o Banco Provincial do grupo BBVA (também presente em Portugal), foi digno de uma ovação de pé. Foi uma atitude que vejo como impensável por parte de qualquer país Europeu defensor do empobrecimento da sua nação em nome da globalização.
Chavez declarou que todos os bancos a operar na Venezuela são obrigados a dar créditos aos Venezuelanos, dentro de certos limites. Pois é verdade que os bancos hoje em dia estão a recusar empréstimos mesmo quando as pessoas possuem trabalhos fixos e podem pagar esses créditos, pois preferem recorrer a outras formas de endividar o povo sem lhe colocarem somas de dinheiro nas mãos (Por ex: Cartões de Crédito, Leasings, PPH, PPR, PPE, Seguros, etc, etc).
Este banco recusou um crédito a um casal de Venezuelanos que só queriam terminar os obras da sua moradia ainda inabitável, estas pessoas conseguiram ver a sua queixa a chegar a Chavez, que ao vivo numa assembleia e perante a imprensa, telefonou ao director do bando e disse-lhe; que ele ou cumpre a lei Venezuelana, ou o governo irá comprar o seu banco nacionalizando-o. O gerente do banco respondeu-lhe que o banco não está à venda, tentando colocar Chavez numa posição de desvantagem, no entanto Chavez respondeu com um simples: 'Se não está à venda eu posso-o expropriar, já!' E pode, tal como qualquer governo pode.
Como viram no vídeo, o gerente do banco aceitou encontrar-se com a senhora, a pedido de Chavez, às 17h daquele dia e o problema foi resolvido, o gerente do banco de uma entrevista a dizer que o crédito tinha sido aprovado e assim salvou o seu banco!
Ele poder ter piada, pode parecer um palhaço quando é gozado pela imprensa internacional e seus políticos. Podemos até usar como exemplo as suas frase como: 'Vão p'ro caralho Yankes de merda' ou 'Senhora chanceler vá à...' (sem completar a frase por ser uma senhora 'Merkel'), no entanto acho que se Portugal tivesse tive um palhaço assim, não estaríamos no buraco financeiro em que estamos, onde além de toda a nossa riqueza pertencer a grupos estrangeiros, até as nossas dívidas já estão nas mãos de estrangeiros.
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