Os outros são as estrelas. Merecem horas seguidas de programação nos canais nacionais, mas os únicos golos que marcam num campeonato do mundo onde é suposto marcar golos foram a uma equipa que está no lugar 105 do ranking da FIFA. E que por lá vai continuar, previsivelmente, na próxima década.
Este só tem tempo de antena fora de Portugal, nos canais internacionais onde é regularmente entrevistado. Hoje já são mais os portugueses que o conhecem, mas ele mantém a humildade e a simpatia de sempre.
Ontem à tarde, em Portimão, a bandeira portuguesa marcou presença no primeiro lugar do mastro de honra. À frente de italianos, de suíços, de franceses, de ingleses, de brasileiros e de muitos mais que recebem milhões para fazer o mesmo que ele faz.
Ele não se queixou dos 57ºC da pista, do calor ou da humidade. Não aguardou entre as corridas num hotel de 5 estrelas, ao contrário de outros que entre os jogos têm direito a massagista e spa. E não ficou pelos oitavos-de-final, pelos quartos ou pelas meias-finais. Ele foi à final e venceu. Categoricamente. Fez o melhor tempo nos treinos e comandou a corrida da primeira à última volta. Como só os melhores sabem fazer. Pelo caminho ainda tem tempo para apoiar a campanha de sensibilização a favor da doação de medula e pôs no carro promocional o nome do filho de um colega que foi recentemente objecto de um transplante.
Pela segunda vez, o Tiago venceu uma prova do campeonato do mundo de turismos da FIA. E isso devia ser motivo de atenção pela comunicação social e de satisfação por parte de todos os portugueses.
Um dia, neste país, o mérito há-de ser compensado. E reconhecido.
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1 comentários:
Vá lá! Escreveste algo com jeito! Rir
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