Numa velhinha canção folk de Paul Simon e Art Garfunkel, «The Sound of Silence», a dupla canta «The words of the prophets are written on the subway walls», as palavras dos profetas estão escritas nas paredes dos metropolitanos.
As fotos captadas durante as ocupações de protesto do centro financeiro americano, Wall Street, mostram também palavras que ressoam na minha cabeça como a mais pura das verdades – nada a ver com profecias ou profetas como naquela canção, mas apenas com simples constatações sobre como funciona o mundo e que tendemos a esquecer demasiadas vezes.
Occupy Wall Street é um movimento de resistência «inspirado» na chamada «Primavera Árabe», sobretudo nos acontecimentos que levaram à revolução egípcia.
Já vamos na terceira semana de protestos – e estes estão a alastrar-se a outras cidades do país. Protestam contra a ganância corporativa, as desigualdades, a injustiça, a pobreza, o desemprego, a exploração do Homem pelo Homem – se não estivessem nos Estados Unidos e não fossem americanos, quase poderiam passar por manifestantes socialistas e comunistas. Na verdade, o símbolo do grupo Ocupy Wall Street é um punho erguido aos céus.
O que têm em comum é o facto de «sermos os 99 por cento que não continuarão a tolerar a ganância e a corrupção de 1 por cento», escrevem na sua página oficial. A sua causa já atraiu a atenção de gente como Michael Moore e Noam Chomsky.
«Qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que a atuação das instituições financeiras tem provocado graves prejuízos à população dos EUA», escreveu Chomsky na sua missiva de apoio ao grupo.
«Os prejuízos para a população são encetados pelas instituições há mais de 30 anos e a riqueza está cada vez mais concentrada, o que gera poder político para uma percentagem muito pequena da população enquanto que os restantes vivem cada vez mais de forma precária.»
As 700 detenções ocorridas em Nova Iorque – estas pessoas seriam libertadas mais tarde – provocaram um comentário do escritor Salman Rushdie na sua conta Twitter: «A economia mundial foi destruída por comerciantes gananciosos. No entanto, são os manifestantes que vão presos».
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