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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Contra os canhões, refrescar, refrescar

Contra os canhões, refrescar, refrescar: "


«Querem guerra? Pois não sabem com que povo se estão a meter… Vamos retaliar como podemos, dentro das nossas capacidades!», escreve o Anonymous Portugal em nome da Padeira de Aljubarrota e D. Afonso Henriques.


O site da Moody’s – a agência de rating norte-americana que classificou Portugal como «lixo» para os investidores – tem estado em baixo durante todo o dia de hoje e a «culpa» é assumida abertamente por milhares de portugueses, alguns sem qualquer experiência informática mas desejosos de retaliar e «fazer alguma coisa».


O site começou por responder com um erro 503 – serviço indisponível. Estas mensagens sucedem devido a uma sobrecarga temporária ou quando o servidor se encontra em manutenção. Depois, esfumou-se de vez numa página em branco. Subsiste a dúvida de saber se o encerramento temporário se deve a operações de manutenção ou diretamente ao ataque.


A página do Facebook Ataque concertado à Moodys (acto 1º) tem já quase 70 mil seguidores – e é fundamentalmente deste grupo que partiu a ideia e a promoção do ataque. De há vários dias para cá, esta página – criada pela «Padeira de Aljubarrota e D. Afonso Henriques» – tem convocado as pessoas a participar em ataques DdoS (acrónimo em inglês para Distributed Denial of Service) ao site da Moody’s.


O refrescamento contínuo e simultâneo do browser feito por milhares de pessoas na página da Moody’s é suficiente para sufocar os servidores: o sistema não é invadido (embora se criem as condições para tal), mas fica inoperante. No caso dos administradores do site da Moody’s, já todos sabemos que valem «lixo».


Este refresh pode ser feito de forma automática e tanto a Padeira de Aljubarrota como D. Afonso Henriques fizeram questão de deixar instruções pormenorizadas aos súbditos desejosos de participar na guerra e curar o nosso orgulho ferido.


A segunda versão do ataque português foi consumada hoje entre as 16 e as 16.30, e com sucesso. Como resposta, os administradores do site da Moody’s poderão ter bloqueado o acesso aos IP portugueses, embora utilizadores no estrangeiro tenham confirmado que o site – à exceção da sucursal japonesa – não está a funcionar. Existem também instruções para se usar VPN (acrónimo de Virtual Private Network) gratuitos e definir novamente o alvo a abater: a Moody’s.


O objetivo prático desta série de ataques, explicam os mentores, é criar instabilidade no site da Moody’s – impedindo os seus servidores de funcionarem adequadamente durante as horas de abertura da Bolsa de Nova Iorque, quando ferramentas fundamentais asseguradas pelo servidor (o email, por exemplo) podem ficar inoperáveis. Por outras palavras: batendo-lhes onde lhes dói mais.


Os ataques não vão cessar para este grupo de Viriatos virtuais: o terceiro «acto de guerra» está marcado para hoje, entre as 17 e as 17.30. O quarto, entre as 18 e 18.30; o quinto, 19 e 19.30; o sexto, 20 e 20.30; o sétimo, 21 e 21.30. Todos podem participar. Com toda a sinceridade, boa sorte.




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