O jornal digital ionline está nas ruas da amargura, este declínio começou quando deixaram de ter jornalistas e passaram a ter putos a tomar conta do site. O ionline publica tudo o que aparece sem verificarem a sua veracidade (já apontei alguns casos neste blogue). O caso que vou falar hoje é uma clara incapacidade de distinguir entre o que é noticia e o que é publicidade. A não-noticia tem como título:
por Clara Silva, Publicado em 25 de Janeiro de 2010
Esta não noticia fala-nos de um suposto estudo feito por o antropólogo Robin Dunbar, professor da Universidade de Oxford e que nos diz que 150 é o numero máximo de amizades que o cérebro é capaz de gerir. Até chamam a este numero: número de Dunbar.
Consciente da estupidez deste numero estabelecido como máximo absoluto como se a nossa cabeça fosse um PC com as mesmas limitações, o neuropsicólogo Nélson Lima refere que o número é variável mas ter 1.000 amigos é impraticável. Quando pensei que a não-noticia não poderia ficar mais ridícula, ela na verdade não ficou mesmo, pois Nélson Lima acabou por dizer algo acertado: 'O que importa não é o número, mas sim a qualidade das relações e a disponibilidade que temos para as cultivar.' E termina com algo que merece um aplauso meu: "Na internet usa-se o termo 'amigo' para um membro de uma comunidade (...) É abusivo. São meros conhecidos, apenas relações virtuais."
Consciente da estupidez deste numero estabelecido como máximo absoluto como se a nossa cabeça fosse um PC com as mesmas limitações, o neuropsicólogo Nélson Lima refere que o número é variável mas ter 1.000 amigos é impraticável. Quando pensei que a não-noticia não poderia ficar mais ridícula, ela na verdade não ficou mesmo, pois Nélson Lima acabou por dizer algo acertado: 'O que importa não é o número, mas sim a qualidade das relações e a disponibilidade que temos para as cultivar.' E termina com algo que merece um aplauso meu: "Na internet usa-se o termo 'amigo' para um membro de uma comunidade (...) É abusivo. São meros conhecidos, apenas relações virtuais."
Logicamente o nosso cérebro é diferente do cérebro do meu vizinho. Pessoalmente esqueço dos nomes das pessoas mas mantenho memória fotográfica das caras e basta-me ver uma cara para me lembrar quando e onde a conheci. Outras pessoas nunca se esquecem dos nomes mas a memória dessas pessoas não vai além disso mesmo, um nome associado a uma cara.
Mas porque raio falam no Facebook havendo tanta plataforma deste tipo? E se o estudo é dos anos 90 como é que isto se torna noticia agora? Isto não passa de uma ridícula manobra publicitária e por isso usam o nome Facebook.
Eu não tenho 5.000 amigos, nem 1.000, nem 150 nem 50, nem 10 nem sequer 5. Os meus amigos são 4 e um deles é uma cadela. Estamos a banalizar uma palavra usando o termo 'amigo' para definir as pessoas que conhecemos, tal como ao longo de séculos banalizámos a palavra 'amor' para nos referirmos a um simples gostar. Hoje ninguém sabe ao certo quando ama ou gosta muito e em breve não saberemos o que é realmente um amigo.
"
0 comentários:
Enviar um comentário