Lutas pelo Poder no SNS e a Reforma da Saúde: "
Após a notícia (link) onde a Ministra Ana Jorge da Saúde afirmou que os portugueses devem pensar duas vezes antes de decidirem ir a uma consulta médica. Foram vários os interlocutores da saúde que vieram a palco. Esperemos para ver quem consegue o papel de protagonista :
*A Associação de Médicos de Clínica Geral critica a falta de especialistas em saúde familiar nos centros de saúde e diz que essa falha ajuda a que haja mais pedidos de exames complementares (link)
*A bastonária dos enfermeiros admitiu que há, em algumas situações, um consumo elevado de consultas médicas, considerando que as competências dos enfermeiros estão mal aproveitadas. A Enfª Maria Augusta continua afirmando que os enfermeiros querem que o próximo Governo coloque alguns destes profissionais a assumir funções que hoje são dos médicos, alegando que as suas competências estão mal aproveitadas e que é uma forma de garantir mais cuidados com menos custos.(LINK)
*A propósito deste caso veio a lume brando a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) que defende que alargar “o espectro profissional” para os enfermeiros pode ser uma forma eficiente de melhorar o acesso dos utentes.
* Um qualquer candidato a politico ou responsável por algum cargo virá ainda dizer algo sobre este assunto… E após tantas notícias nos jornais, fica tudo na mesma.
No meio de toda esta confusão, onde se escondem motivos politico partidários que invadem todas estas opiniões, fico-me por pedir a todos os intervenientes nestas e noutras histórias para que futuramente , se almejam uma melhor saúde é preciso que haja dialogo , mas mais importante é que esse debate se faça em particular e nos gabinetes do Ministério e não nos media.
Ouço falar muitas das vezes na prescrição médica (e acreditem que não é meu objectivo de vida , prescrever) e da a importância e o perigo de isso passar para outras mãos, nomeadamente para os Enfermeiros, para que não haja confusões, revelo que no estrangeiro os Enfermeiros prescrevem - Leiam mais aqui dados de um estudo Português. Fico alarmado, pela demagogia , pelo que sempre que vou ao meu Centro de Saúde (agora USF) descubro que caso queira posso enviar um email ao meu médico de família a pedir determinada medicação, isto sem precisar de qualquer observação !?Chamam a isto potenciar a autonomia e a acessibilidade dos cidadãos??
Os enfermeiros, os médicos, os técnicos, etc, têm de tomar consciência que , neste novo mundo da saúde , gerido por gestores, em que se repensa cada euro gasto e que cada euro poupado, nada se ganha em guerras de poder ou de saber. É preciso aferir muito bem quais são as competências que cada grupo profissional possui, sendo que para isso é preciso não cair num acto médico que tudo tenta abarcar ou num outro acto que se traduza num estado do NIM.
Sou Enfermeiro, mas sou Utente e fico alarmado ao ver que a REFORMA Da SAÚDE faz-se, mas sem que haja uniformização dos meios informáticos em Portugal. Isto porque se numa região usam o Alert, noutra usam outro sistema e quando é necessário extrair INDICADORES Nacionais a coisa complica-se pois cada unidade, cada hospital têm um modo diferente de os extrair. Falta uma visão de planeamento em Saúde Nacional e esta falha é demais evidente quando se verifica que estamos em MAIO de 2011 e ainda se esta a discutir o Plano Nacional de Saúde 2011-2016..
Saibamos ter ginástica mental para mudar e entender que certos Programas Nacionais como o da Vacinação não é fluido, se não houver forma de consultar o histórico daquele utente a nível Nacional. Para isso é necessário pensar-se antes no caminho a seguir e criar então uma base homogénea -Nacional em que todos os interlocutores têm a formação para actuar. O que nos define como pessoas é o que fazemos, como agimos e o caminho que percorremos para alcançar a meta…
Existem falhas… Sendo que os sistemas de informação devem ser uma das prioridades em Saúde. Em certas ARS os enfermeiros, os técnicos de saúde, têm acesso à informação do SAM , mas noutras não o têm!?? No entanto o acesso à informação do SAPE é universal em todo o País à parte médica. Isto para mim é errado, sobretudo se olharmos para um passado não muito longínquo onde ainda existia o processo em papel do utente e onde todos os profissionais de saúde escreviam e todos tinham acesso. A informação era partilhada. Agora em todo o SNS somos presenteados com ILHAS de sistemas de informação diferentes, sem que haja uma UNIFORMIZAÇÃO Nacional . Para quando um verdadeiro Processo Único (??) onde todos os profissionais de saúde possam registar numa só plataforma toda informação sobre aquele utente.
A Saúde , nestes tempos muito precários, depende disto e depende de bons exemplos, pois eles existem e vamos conhecendo esses oásis. Recentemente assisti a uma apresentação de uma tese de mestrado em saúde, e no meio da apresentação questionei-me pois o tema nada trazia de novo e de inovador para a Saúde. Pior já no meu curso base ouvi mais do mesmo.
Precisamos de saber quanto se gasta na saúde e nos projectos de saúde, mas precisamos que se criem redes de partilha de informação e de projectos, pois se na ARS do Algarve existe um Projecto em Saúde com bons resultados esse Projecto deveria ser rentabilizado a nível nacional.
Porque os Desafios em Enfermagem e na Saúde devem ser desafios e não apenas Copy Paste…
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