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terça-feira, 6 de abril de 2010

Fogo-fátuo.

Fogo-fátuo.: "

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O programa "Sinais de Fogo" (SIC), com Miguel Sousa Tavares (MST) como anfitrião, que teve Ana Jorge, Ministra da Saúde, como convidada, dedicou uns escassos segundos aos Enfermeiros (ver vídeo a partir dos 29'40'').
Foi pena ver um MST aquém da aquilo a que nos já habituou e muito centrado no tema 'Médicos'.
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A Ministra começou, como lhe compete, por revelar que conhece as reivindicações dos Enfermeiros (referência aos 1500 euros), mas continua com vontade em atirar areia aos olhos da opinião pública e da própria classe de Enfermagem.
Questionada pelo MST acerca da semelhança entre as reivindicações dos Professores e Enfermeiros, afirmou "que os Enfermeiros não têm um trabalho tão individualizado como os Professores' para justificar as diferenças de carreiras (quiçá de salário também) e de pretensões.
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Os Professores integram equipas docentes que fazem parte da estrutura organizacional de uma instituição de ensino, assim como os Enfermeiros integram equipas de Enfermagem que fazem parte da estrutura organizacional de uma instituição de saúde. Neste aspecto, confesso que tenho dificuldades em compreender a diferença de que fala a senhora Ministra. Se se refere à dimensão cooperativa do respectivo exercício, então podemos também alongar a analogia aos Médicos. Eles, à similitude dos profissionais de Enfermagem, trabalham em equipa e não estão penalizados relativamente aos Professores, daí que a "individualização' não é um argumento válido no âmbito em que a Dr. Ana Jorge o quer empregar! Aliás, as condições do exercício da Enfermagem são bastante exigentes, penosas e desgastantes!
Reconheceu à partida que as exigências remuneratória dos Sindicatos cifram-se pelos 1510 euros mensais, mas voltou a recorrer ao patamar mínimo para os licenciados da Administração Pública - 1200 euros. Embora, seja a fasquia mínima a que o Estado se obriga a remunerar um licenciado, quase todos ingressam na respectiva carreira acima deste valor, o que invalida, novamente, o argumento.
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Reitera a sua boa-vontade em aumentar 'todos" os Enfermeiros em 180 euros mensais. Uns míseros 180 euros para compensar o grau académico? Todas as outras carreiras (nas quais se aplica a circunstância) tiveram um reconhecimento bem superior!
O termo 'todos' tem uma aplicabilidade duvidosa. Todos quem? Os que ganham menos de 1200 euros? E os outros? Aplicar-se-à a estes as tais regras de 'transição' que ela declara como havendo 'espaço para negociar'?
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Parece-me evidente o medo da senhora Ministra. Reconheceu já, aqui e acolá, algumas vezes em off-the-record, outras não que a proposta para os Enfermeiros é injusta. Apesar de uma carreira especial, de grau 3 de complexidade funcional (o máximo previsto), continua com cedências inexpressivas e injustas, mas, o problema até nem seriam os Enfermeiros (alertou já o Ministério das Finanças), é que de olhos postos nas negociações na carreira de Enfermagem, estão milhares de Técnicos disto-e-daquilo que lutarão para adquirirem ganhos semelhantes aos da Enfermagem. Logicamente, não terão os mesmos argumentos, pelos motivos mais óbvios e básicos.
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Os 1510 euros (e uma transição justa para todos os licenciados em Enfermagem) pretendem ser a nossa exigência mais inflexível.
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disponibilidade financeira para tudo o que diga respeito aos Médicos e não há para os Enfermeiros?
Foi aprovado recentemente um regime de excepção que permite contratar Médicos reformados. Esses prescindirão da sua reforma no descanso do seu lar, em troca de que montante salarial, Srª Ministra? Daquele que está indisponível para os Enfermeiros?
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