Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel querem os gestores públicos nomeados pelo Parlamento. Admito que será um método mais transparente que a nomeação pelo Governo, mas não deixa de ser um critério político e ficaria tudo mais ou menos na mesma; ou talvez os cargos disponíveis passassem a ser divididos pelos dois grandes partidos. Por isso, ao invés de serem nomeados pelo Governo ou pelo Parlamento, eu gostaria que fossem nomeados pela Competência. Isto é, que como na generalidade dos casos nas empresas privadas, sejam funcionários da empresa que pelo seu mérito atinjam o topo do organigrama corporativo.
Quanto aos prémios que auferem, mais até que o montante, choca-me a ausência de critério na sua atribuição, uma vez que parecem ser uma espécie de direito adquirido, tenha a empresa lucro ou não, e, se sim, se o mesmo aumenta ou diminui. Mas o critério não pode ser esse, porque uma empresa diminuir pouco o lucro numa conjuntura difícil até pode significar uma boa gestão, assim como aumentá-lo ligeiramente num período expansionista pode dizer claramente o contrário. O critério que me parece mais racional é comparar o resultado e respectiva evolução com os do sector em que se insere ou, quando obedecer a certas especificidades, com os de empresas similares; ou seja, só haveria lugar a prémio quando a performance fosse superior à média. Isto seria facilmente aplicável à CGD ou à TAP. O problema é que parte das empresas em que o estado detém a maioria ou a totalidade do capital são monopólios (ANA, REN, CTT, ...), logo não há termo de comparação. Mas, espera lá... Se são monopólios, existirá alguma vez mérito da gestão? Dificilmente; logo nesses casos os prémios deviam ser excluídos. Mas, como disse no início, o prémio parece ser já um dado adquirido. No fundo os gestores – e não apenas os de empresas públicas – têm qualquer coisa de empregado de mesa: independentemente da performance acham-se sempre com direito a gorjeta. Só que esta conta é paga por todos. Check, please.
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